Temos pensado o livro cartonero como um produto cultural que surge no cenário latino-americano a partir do nascimento de Eloísa Cartonera, na Buenos Aires de 2003, possibilitando uma outra relação com o objeto livro e abrindo espaço a outras identificações e conexões com o dito objeto. Entendemos que tais identificações possuam potência a ponto de lermos essa cooperativa como um acontecimento discursivo que rompe com determinada série do que seria produzir e publicar livros na América Latina, instaurando outra em seu lugar (Vilhena, 2016). Isso posto, no presente trabalho objetivamos narrar o aparecimento de uma editora que funciona como projeto de extensão no curso de Letras da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT), campus de Tangará da Serra, a Curupira Cartonera. Nesta reflexão, ainda, analisaremos alguns aspectos de seu funcionamento, bem como algumas facetas do processo e das reverberações de uma oficina realizada durante o II Congresso de Línguas Indígenas do Mato Grosso, realizado em Barra do Bugres – uma cidade vizinha à nossa –, entre os dias 28 e 30 de novembro de 2018.