Norman Lockyer y los controvertidos inicios de la arqueoastronomía

Abstract

Hace tiempo que se reconoce que Norman Lockyer desempeñó un papel fundamental en la fundación de la arqueoastronomía a finales del siglo XIX y principios del XX. Su interés por lo que entonces se denominaba «orientación» floreció en una visita a Egipto, donde se convenció de que podían utilizarse métodos científicos rigurosos para demostrar las teorías arqueológicas relativas a las religiones antiguas.Sin embargo, a pesar de la perspectiva de que un intelectual de renombre entrara en el escaso discurso en torno a la arqueoastronomía, poco ocurrió para promover la disciplina después de la expedición egipcia.Aunque Lockyer se presenta a menudo como una figura solitaria que trabajaba en los albores de este campo, las diapositivas de linterna mágica recientemente digitalizadas de los archivos del Observatorio Norman Lockyer revelan sus amplias interacciones con una dedicada red de investigadores arqueoastronómicos británicos. El trabajo de Lockyer, junto con el de su nueva comunidad, llegó en un momento muy desafortunado. Este artículotrata de explicar por qué su trabajo arqueoastronómico no fue bien recibido por arqueólogos prominentes, y por qué el discurso en torno a la arqueoastronomía hasta su época sofocó los intentos de Lockyer de legitimar la orientación.

It has long been acknowledged that Norman Lockyer played a central role in the foundation of archaeoastronomy in the late nineteenth and early twentieth centuries. His interest in what was then referred to as “orientation” flourished on a visit to Egypt, where he became convinced that rigorous scientific methods could be used to prove archaeological theories concerning ancient religions.However, despite the prospect of a well-known intellectual entering the sparse discourse around archaeoastronomy, little happened to promote the discipline after the Egyptian expedition.Whilst Lockyer is often framed as a lonely figure working at the dawn of the field, newly digitised lantern slides from the Norman Lockyer Observatory archives reveal his extensive interactions with a dedicated network of British archaeoastronomical researchers. Lockyer’s work, along with that of his new community, came at a very unfortunate time. This paper seeks to explain why his archaeoastronomic work was not well-received by prominent archaeologists, and why the discourse around archaeoastronomy up until his time smothered Lockyer’s attempts to legitimize orientation.

Há muito que se reconhece que Norman Lockyer desempenhou um papel central na fundação da arqueoastronomia no final do século XIX e início do século XX. O seu interesse por aquilo a que então se chamava “orientação” floresceu numa visita ao Egipto, onde ficou convencido de que poderiam ser usados métodos científicos rigorosos para provar teorias arqueológicas relativas a religiões antigas.No entanto, apesar da perspetiva de um intelectual bem conhecido entrar no escasso discurso em torno da arqueoastronomia, pouco aconteceu para promover a disciplina após a expedição ao Egipto.Embora Lockyer seja frequentemente apresentado como uma figura solitária a trabalhar nos primórdios do campo, os slides de lanterna mágica recentemente digitalizados dos arquivos do Norman Lockyer Observatory revelam as suas extensas interacções com uma rede dedicada de investigadores britânicos de arqueoastronomia. O trabalho de Lockyer, juntamente com o da sua nova comunidade, surgiu numa altura muito infeliz. Este artigo procura explicar por que razão o seu trabalho arqueoastronómico não foi bem recebido por arqueólogos proeminentes e por que razão o discurso em torno da arqueoastronomia até à sua época abafou as tentativas de Lockyer de legitimar a orientação.