Identification of enteroendocrine cells of Tropidurus torquatus and Salvator merianae (Squamata: Lacertilia)

Abstract

The Squamata lizards Tropiduros torquatus and Salvator merianae are omnivores with different diets and foraging strategies, which requires adequate physiological responses of enteroendocrine cells, since they control digestive events, gastrointestinal epithelium renewal, metabolism and food intake. Thus, we aim to describe the distribution and frequency of enteroendocrine cells in the digestive tract of these two lizard’s species. Five individuals of each species were collected, euthanized and the digestive organs removed. Histological sections were submitted to the techniques of Grimelius for argyrophilic cells and Masson-Fontana for argentaffin cells. Both endocrine cells were found in the lining and glandular epithelium, with a pyramidal, oval, rounded, or elongated shape. Argyrophilic cells were observed in both species, predominantly in the stomach, but absent in the cranial esophagus. Argentaffin cells were distributed in almost the entire digestive tract but absent in the cranial portion of the esophagus and small intestine in both species, and with high frequency in the T. torquatus pyloric region. The absence of argentaffin cells in the cranial portion of the small intestine is intriguing and may reveal greater neural control over certain secretomotor functions involving this segment. We concluded that the inter-specific and inter-regional variations in the distribution and frequency of these cells may reflect the regulatory functions and mechanisms of each organ, taking also into account the oscillations of the food and nutritional status of animals in the wild.

Os lagartos Squamata Tropiduros torquatus e Salvator merianae são onívoros com diferentes dietas e estratégias de forrageamento, o que requer respostas fisiológicas adequadas de células enteroendócrinas, uma vez que estas controlam os eventos digestivos, a renovação do epitélio gastrointestinal, o metabolismo e a ingestão alimentar. Portanto, pretendemos descrever a distribuição e frequência de células enteroendócrinas no trato digestivo destas duas espécies de lagartos. Foram coletados cinco indivíduos de cada espécie, eutanasiados e os órgãos digestivos removidos. Seções histológicas foram submetidas às técnicas de Grimelius para células argirófilas e Masson-Fontana para células argentafins. Ambas as células endócrinas foram encontradas no epitélio de revestimento e glandular, com formatos piramidal, oval, arredondado ou alongado. Células argirófilas foram observadas em ambas as espécies, predominantemente no estômago, mas ausentes no esôfago craniano. As células argentafins estiveram distribuídas em quase todo o trato digestivo, mas ausentes na porção cranial do esôfago e intestino delgado em ambas as espécies, e com alta frequência na região pilórica de T. torquatus. A predominância das células endócrinas no estômago pode estar relacionada, por exemplo, à maior permanência do alimento neste órgão, ao contrário do esôfago. A ausência de células argentafins na porção cranial do intestino delgado é intrigante e pode revelar maior controle neural sobre certas funções secretomotoras envolvendo este segmento. Nós concluímos que as variações inter-específicas e interregionais na distribuição e frequência destas células podem refletir as funções e mecanismos regulatórios de cada órgão, levando-se também em conta as oscilações do estado alimentar e nutricional dos animais na natureza.