La noción de resistencia cotidiana o ¿una vaga ilusión de autonomía?

Abstract

En las últimas décadas se ha producido un animado debate en torno al concepto de resistencia cotidiana, el cual refiere a aquellas prácticas a través de las cuales los subordinados aprovecharían los intersticios que deja el sistema para aliviar su opresión. Tanto la propuesta de “discursos ocultos” de James Scott como la de “prácticas” de Michel de Certeau, han tenido una recepción dispar en la academia, desde aquellos que los siguen a pie juntillas hasta fervientes detractores. Las preguntas por si esas prácticas pueden considerarse o no una resistencia real al poder o si deben ser conscientes o no los protagonistas de que llevan adelante actos de resistencia, son algunos de los ejes rectores del debate. Aquí intentaremos sistematizar los últimos aportes en torno a las tensiones que despiertan las nociones de resistencia cotidiana, microresistencia e infrapolítica.

In recent decades there has been a lively debate around the concept of everyday resistance, which refers to those practices through which subordinates would take advantage of the interstices left by the system to alleviate their oppression. Both James Scott’s proposal of “hidden transcripts” and Michel de Certeau’s “practices” have had a mixed reception in the academy, from those who follow them closely to fervent detractors. The questions as to whether or not these practices can be considered a real resistance to power or whether or not the protagonists who carry out acts of resistance should be aware of them are some of the guiding axes of the debate. Here we will try to systematize the last contributions around the tensions aroused by the notions of daily resistance, microresistance and infrapolitics.

Nas últimas décadas, houve um intenso debate sobre o conceito de resistência diária, que se refere à quelas práticas pelas quais os subordinados tirariam proveito dos interstícios deixados pelo sistema para aliviar sua opressão. Tanto os “discursos ocultos” propostos de James Scott como as “práticas” de Michel de Certeau tiveram uma recepção díspar na academia, desde os que os seguem a pé juntos até os fervorosos detratores. As questões sobre se essas práticas podem ou não ser consideradas uma verdadeira resistência ao poder ou se os protagonistas da prática de atos de resistência devem ou não estar cientes são alguns dos eixos norteadores do debate. Aqui tentaremos sistematizar as contribuições mais recentes em torno das tensões que despertam as noções de resistência diária, micro-resistência e infrapolitics.