Gubernamentalidad algorítmica y complejos psíquicos: la afinidad Jung-Simondon como contribución a una nueva epistemología para las ciencias sociales

Abstract

Recuperando la categoría de dispositivos de la “gubernamentalidad algorítmica” (Rouvroy y Berns, 2016), el presente artículo se propone analizar la captura y suscitación de las “propensiones” (o inclinaciones inconscientes) por parte de dichas modalidades del poder a partir de un diálogo epistemológico con la psicología analítica junguiana (Jung, 2004). Tiende a predominar en los registros teóricos foucaultianos y postfoucaultianos un recurrir al psicoanálisis a la hora de considerar la condición de lo psíquico inconsciente. Por otro lado, la psicología analítica junguiana, como veremos, se revela en amplia afinidad con la epistemología de la ontogénesis simondoniana (Simondon, 2014): marco analítico clave para poder entender el modo en que operan las modalidades maquinicas y digitales del poder hacia nuestros tiempos. A partir de la identificación de coordenadas afines entre Jung y Simondon, se dará forma a los principales lineamientos de una nueva caja de herramientas para los estudios del poder en lo psíquico-social/socialpsíquico: desde la categoría de psicopoder. Transversalmente se expondra como la inclusión de Jung podría contribuir a resolver tres dilemas aun latentes de las teorías del poder foucaultianas y postfoucaultianas.

Recovering the category of "algorithmic governmentality" (Rouvroy and Berns, 2016), this article intends to analyze the capture and arousal of "propensities" (or unconscious inclinations) by said modalities of power from an epistemological dialogue with Jungian analytical psychology (Jung, 2004). A recourse to psychoanalysis tends to predominate in Foucauldian and post-Foucauldian theoretical registers when considering the condition of the unconscious psychic. On the other hand, Jungian analytical psychology, as we will see, reveals a broad affinity with the epistemology of Simondonian ontogenesis (Simondon, 2014): a key analytical framework for understanding the way in which machine and digital modalities of power operate towards our days. From the identification of similar coordinates between Jung and Simondon, the main guidelines of a new toolbox for studies of power in the psychic-social/social-psychic field will be shaped: from the category of psychopower. Transversely, it will be exposed how the inclusion of Jung could contribute to solving three still latent dilemmas of the Foucauldian and post-Foucauldian theories of power. Finally, the epistemological and political implications of our theoretical and analytical hybridization proposal will be briefly considered.

Recuperando a categoria de "governamentalidade algorítmica" (Rouvroy e Berns, 2016), este artigo pretende analisar a captação e o despertar de "propensões" (ou inclinações inconscientes) por tais modalidades de poder a partir de um diálogo epistemológico com a psicologia analítica junguiana (Jung, 2004). O recurso à psicanálise tende a predominar nos registros teóricos foucaultianos e pósfoucaultianos quando se trata da condição do psíquico inconsciente. Por outro lado, a psicologia analítica junguiana, como veremos, revela uma ampla afinidade com a epistemologia da ontogênese simondoniana (Simondon, 2014): um quadro analítico chave para entender a maneira como as modalidades digitais de poder operam hoje. A partir da identificação de coordenadas semelhantes entre Jung e Simondon, serão moldadas as principais diretrizes de uma nova caixa de ferramentas para os estudos do poder no campo psíquicosocial/ social-psíquico: a partir da categoria psicopoder. Transversalmente, será exposto como a inclusão de Jung poderia contribuir para a resolução de três dilemas ainda latentes das teorias foucaultiana e pósfoucaultiana do poder. Finalmente, as implicações epistemológicas e políticas de nossa proposta de hibridação teórica e analítica serão brevemente consideradas.