O volume editado por Francisco García González examina o tópico da solidão no mundo rural iberoamericano durante os últimos quinhentos anos. O tópico em causa é relativamente recente e constitui terreno fértil para abordagens sob diversos pontos de vista, fazendo uso de metodologias qualitativas e quantitativas.
Não obstante, o objectivo do volume não passa por "medir" a solidão (p. 13). Através de um feixe variado de questões acerca das vivências em solidão, observadas num conjunto díspar de geografias, é debatida a resiliência dos que optam ou são forçados a viver desta maneira. De igual modo, testa-se a convenção de que os solitários - e, sobretudo, as solitárias - vivem necessariamente num contexto de pobreza e desamparo. A este respeito, note-se que a esmagadora maioria dos capítulos que compõem a obra tendem a perspectivar o tópico através de uma análise de género, não raras vezes combinando-a com análises do ponto de vista económico, demográfico, e espacial. Esta opção é, simultaneamente, a maior vantagem e, em alguns casos, a maior debilidade do volume. Desenvolver-se-ão tais considerações mais à frente. No imediato, atente-se aos seus conteúdos.