En portugués
Este texto analisa um conjunto de publicações que representam o jogador da seleção portuguesa Cristiano Ronaldo como dissonante dos códigos de conduta prescritos para o Futebol. Para tanto, toma a cobertura do jornal Folha de São Paulo, ao longo do período dos jogos da Copa do Mundo FIFA/Brasil/2014, como espaço de produção do material empírico. Agrupadas, as publicações que tematizavam Cristiano Ronaldo foram analisadas a partir dos pressupostos da categoria Gênero e do conceito de representação. Ao longo do processo de produção e organização do material empírico, foi possível perceber que as publicações sobre o atleta português estiveram vinculadas à coluna “Copa e Cozinha”, local especialmente pensado para tratar com irreverência dos acontecimentos da Competição. Evidenciado como egocêntrico, extravagante, vaidoso e adepto às práticas de autocuidado e embelezamento, consideradas excessivas, Cristiano Ronaldo parece romper com alguns códigos de conduta prescritos para/pelo esporte. Desse modo, a coluna “Copa e Cozinha” faz uso da “zuação” como um aparato que avalia, qualifica e julga o que é inapropriado e excessivo no atleta português, tecnologia que tem como finalidade a regulação das condutas e a manutenção de hierarquias de gênero.
En inglés
This text analyses a set of publishings that represent the Portuguese national team player Cristiano Ronaldo as someone dissonant from the conduct codes prescribed for Soccer. Therefore, it adopts the coverage of the newspaper Folha de São Paulo during the 2014/Brazil/FIFA World Cup matches as a space of empiric material production. The publishings that have Cristiano Ronaldo as their theme were grouped and analysed based on the assumptions of Gender category and representation concept. Throughout the process of production and organization of the empiric material, we perceived that the publishings about the Portuguese athlete were linked to the column “Copa e Cozinha”, place specially designed to deal irreverently with the events of the competition. Evidenced as egocentric, extravagant, vain, and adherent to self-care and beautification practices, which were considered excessive, Cristiano Ronaldo seems to break some conduct codes prescribed for/by sport. Thus, the column “Copa e Cozinha” adopts a “mocking behaviour” as an apparatus that evaluates, qualifies, and judges what is inappropriate and excessive in the Portuguese athlete, technology that aims to regulate the conducts and the maintenance of gender hierarchies.