As crises socioeconômicas e a vigência ou fortalecimento de governos neoliberais atuam invisibilizando as demandas dos povos por políticas educativas que quebrem as práticas e as perspectivas colonizadoras e racistas instaladas nos sistemas escolares vigorantes. Paralelamente, as comunidades, em alguns casos nucleadas em organizações maiores, lutam por abrir espaços de reconhecimento e de legitimação de projetos educativos interculturais que visem a gerar saberes e práticas que ativem novos diálogos em relação à natureza, aos fatos históricos, ao reconhecimento de suas memórias, à leitura dos corpos, aos mecanismos de reciprocidade, à diversidade de linguagens etc. Neste contexto, o Dossiê Processos educativo e povos indígenas: significados, práticas no contexto contemporãneo , que ora apresentamos, tem como objetivo discutir criticamente as políticas e as propostas educativas de/para/com os povos indígenas (em diferentes níveis escolares e contextos comunitários e urbanos), a fim de compreender os significados que esses povos lhes atribuem, em consonância com os seus projetos de vida e as negociações, as tensões e as contestações que ocorrem entre suas aspirações e a execução de políticas educativas nos estados nacionais.