In Spanish
Si a los analistas nos interesa la cultura en la que vivimos es porque esta incide sobre la práctica analítica. La clínica no es impermeable al estado contemporáneo de la cultura que desembarca con sus discursos dominantes en los divanes. Las teorías del malestar dependen de la época en la que nos toca vivir. En psicoanálisis no hay modo de anoticiarnos de ese malestar sino es por su portavoz, el síntoma, que siempre ha tenido una envoltura formal, un modo de presentación que depende del Otro al cual se refiere.
Las épocas, definidas por el predominio de los discursos imperantes, varían. Es diferente la época victoriana en la que Freud funda el psicoanálisis que la actual: en aquella se tendía a la represión de la satisfacción sexual, en esta a su promoción. Si las épocas varían, el psicoanálisis está obligado a reconsiderar su “intervención en lo social,” instalándose esta como un tema de debate permanente.
In Portuguese
Se nós analistas estamos interessados na cultura em que vivemos, é porque ela tem um impacto sobre a prática analítica. A clínica não é impermeável ao estado contemporâneo da cultura que desembarca com seus discursos dominantes sobre os sofás. As teorias do desconforto dependem da época em que vivemos. Na psicanálise, não há como estar consciente deste mal-estar, a não ser através de seu porta-voz, o sintoma, que sempre teve um envelope formal, um modo de apresentação que depende do Outro a quem se refere. As épocas, definidas pela predominância dos discursos predominantes, variam. A época vitoriana na qual Freud fundou a psicanálise é diferente da atual: na primeira havia uma tendência a reprimir a satisfação sexual, na segunda a promovê-la. Se as épocas variam, a psicanálise é obrigada a reconsiderar sua "intervenção no social", estabelecendo-se como um tema de debate permanente.
In English
If we analysts are interested in the culture in which we live, it is because it has an impact on analytic practice.The clinic is not impervious to the contemporary state of the culture that disembarks with its dominant discourses on the couches.The theories of malaise depend on the era in which we live. In psychoanalysis, there is no way of being aware of this malaise except through its spokesperson, the symptom, which has always had a formal envelope, a mode of presentation that depends on the Other to whom it refers.The epochs, defined by the predominance of the prevailing discourses, vary.The Victorian era in which Freud founded psychoanalysis is different from the present one:
in the former, the tendency was towards the repression of sexual satisfaction, in the latter towards its promotion. If the times change, psychoanalysis is obliged to reconsider its "intervention in the social," and this becomes a subject of permanent debate.