Para além dos ricos e frutíferos debates acerca do caráter oriental ou ocidental da sociedade brasileira (1), decorrentes da leitura de Gramsci e de sua apropriação enquanto instrumental analítico do caso nacional, bem como visando contribuir, enquanto historiadora de ofício, para o maior nuaçamento daquilo que, corriqueiramente, caracteriza-se como a sociedade civil no Brasil das três primeiras décadas deste século, optei por conduzir a reflexão numa direção bem mais aplicativa do que teórica.
Resultado de vários anos de pesquisas acerca da história das classes dominantes brasileiras, com ênfase especial para suas frações agrárias, trago para discussão o caso de uma entidade agremiadora de segmentos de proprietários rurais estudada no período compreendido entre 1897 – quando de sua fundação – e 1930 – quando da eclosão do movimento que redefiniria o bloco histórico – buscando, através dele, analisar o tema que me foi proposto à reflexão: a relação entre ideologia, intelectuais e organização da cultura