De la ingeniería heterogénea a las transiciones sociotécnicas: el caso de las Micro y Nano Tecnologías (MNT)

Abstract

Mientras algunos enfoques CTS como la teoría del actor-red han sido criticados por su incapacidad para producir mecanismos explicativos de las transiciones sociotécnicas (Geels, 2007), el artículo muestra que dicha teoría permite dar cuenta de una transición sociotécnica completa, desde el diseño de hojas de rutas para los laboratorios de I+D hasta la difusión de nuevos dispositivos técnicos en la sociedad, sin renunciar a “seguir los actores” (Latour, 2006) y sus prácticas concretas y situadas. Para eso, analizamos las Micro y Nano Tecnologías (MNT) como un caso de transición y movilizamos el concepto de “ingeniería heterogénea” (Law, 1989) para explicar la capacidad de transformación social de las prácticas tecnocientíficas en varios sitios claves de dicha transición: comités internacionales donde prioridades tecnológicas y hojas de ruta se definen; laboratorios donde se inventan y diseñan nuevos dispositivos técnicos; plataformas de experimentación y transferencia de tecnología hacia la industria; grandes programas de investigación y desarrollo donde académicos e industriales imaginan los usos de esos nuevos artefactos y dan forma a nuevas infraestructuras sociotécnicas. La articulación de esos distintos estudios de casos da algunas pistas para dar cuenta de los procesos de transición hacia la producción y el uso de las MNT, su difusión masiva en las sociedades contemporáneas y sus posibles impactos en términos de vigilancia digital y control social.

While some STS approaches such as actor-network theory have been criticised for their inability to produce explanatory mechanisms for socio-technical transitions (Geels, 2007), the article shows that such theory allows us to account for a complete socio-technical transition, from the design of roadmaps for R&D laboratories to the diffusion of new technical devices in society, without renouncing to “follow the actors” (Latour, 2006) and their concrete and situated practices. To this end, we analyse Micro and Nano Technologies (MNT) as a case of transition and mobilise the concept of “heterogeneous engineering” (Law, 1989) to explain the capacity for social transformation of technoscientific practices at several key sites of this transition: international committees where technological priorities and roadmaps are defined; laboratories where new technical devices are invented and designed; platforms for experimentation and technology transfer to industry; large research and development programmes where academics and industrialists imagine the uses of these new artefacts and shape new socio-technical infrastructures. The articulation of these different case studies provides some clues to account for the transition processes towards the production and use of MNTs, their massive diffusion in contemporary societies and their possible impacts in terms of digital surveillance and social control.

Embora algumas abordagens STS como a teoria actor-rede tenham sido criticadas pela sua incapacidade de produzir mecanismos explicativos das transições sócio-técnicas (Geels, 2007), o artigo mostra que tal teoria nos permite dar conta de uma transição sócio-técnica completa, desde a concepção de roteiros para laboratórios de I&D até à difusão de novos dispositivos técnicos na sociedade, sem renunciar a “seguir os actores” (Latour, 2006) e as suas práticas concretas e situadas. Para tal, analisamos as Micro e Nano Tecnologias (MNT) como um caso de transição e mobilizamos o conceito de “engenharia heterogénea” (Law, 1989) para explicar a capacidade de transformação social das práticas tecnocientíficas em vários locais-chave desta transição: comités internacionais onde são definidas prioridades tecnológicas e roteiros; laboratórios onde são inventados e concebidos novos dispositivos técnicos; plataformas de experimentação e transferência de tecnologia para a indústria; grandes programas de investigação e desenvolvimento onde académicos e industriais imaginam as utilizações destes novos artefactos e dão forma a novas infra-estruturas sócio-técnicas. A articulação destes diferentes estudos de caso fornece algumas pistas para explicar os processos de transição para a produção e uso de MNT, sua difusão massiva nas sociedades contemporâneas e seus possíveis impactos em termos de vigilância digital e controle social.