Cuerpo, tecnología y memoria: presencia y evidencia en la era de la postverdad

Abstract

El proceso artístico contemporáneo tiene entre sus soportes más significativos la actividad performática. Esta es un indicador concreto de las transformaciones que llevan a entender el arte contemporáneo como un proceso diferente al proceso artístico clásico o moderno. A la frase de Pierre Bourdieu referida a que “... toda operación artística implica una operación consciente o inconsciente de desciframiento”, cabe contraponer una que diga que toda operación performática implica una operación consciente o inconsciente de evidencia de verdad. No hay operatoria de desciframiento, hay presencia y evidencia. Y este efecto experiencial se potencia mucho más en la medida en que ese proceso artístico contemporáneo, sustentado en una acción performática, suceda en un ámbito no determinado para la contemplación o exposición. El presente trabajo toma como referencia de análisis las diversas performances que se han desarrollado en el marco de las acciones de demanda y protesta por los hechos acaecidos en Ayotzinapa, estado de Guerrero, México, donde –en un caso todavía hoy no esclarecido– desaparecieron 43 estudiantes, bajo sospecha de ser víctimas de terrorismo por parte de las fuerzas del estado mexicano. En él se abordará el papel de la performance pública y colectiva, como activación en la realidad cotidiana de una evidencia de verdad, a diferencia del modelo ficcional moderno.

Contemporary artistic process has in it significant bases the performance activity. It is a concrete indicator of the transformations that involve understanding contemporary Art as a different process than the classic or modern one. To Bourdieu’s quote referring that “every artistic operation implies a conscious operation or not unconscious decipher”. It is valid to counterpose one that reads that every performatic operation implies implies a conscious operation or not unconscious that evidences truth. There’s no deciphering operation, there’s presence and evidence. And this experience effect potencies even more when that artistic contemporary process, held within a a peformatic action, happens in an environment not determinate for contemplation or exposition. This paper takes as an analysis reference the many performances developed within the demands and protests for the events occurred at Ayotzinapa, Guerrero Mexico state, where in a series of eventos not clarified until today, 43 students where disappeared under suspicions being victims terrorism of State in Mexico. It will refer to the role of public and collective performance as an activation of the daily reality of an evidence of truth as a opposed to modern fictional model.

O processo artístico contemporâneo tem entre seus suportes mais significativos a atividade performática. Esta é um indicador concreto das transformações, que implicam entender a arte contemporânea como um processo diferente ao processo artístico clássico ou moderno. À frase de Pierre Bourdieu, referida a que “toda operação artística implica uma operação consciente ou inconsciente de deciframento...” (Bourdieu, 2002, p.: 61), levando em conta, fundamentalmente, o caráter contemplativo para com o “objeto” artístico por parte do “espectador”, cabe contrapor uma visão que diga que toda operação performática implica uma operação consciente ou inconsciente de evidência de verdade. Não há operatória de desciframento, há presença e evidência. E este efeito experiencial se potencia bem mais na medida em que esse processo artístico contemporâneo, sustentado em uma ação performática, suceda em um âmbito não determinado para a contemplação ou exposição. O presente trabalho toma como referência de análise, as diversas performances, que se desenvolveram no marco das ações de demanda e protesto, pelos fatos ocorridos em Ayotzinapa, estado de Guerreiro, México, onde, em um fato ainda hoje não esclarecido, desapareceram 43 estudantes, sob a suspeita de terem sido vítimas de terrorismo por parte das forças do estado mexicano. Nele se abordará o papel da performance pública e coletiva, como ativação na realidade quotidiana, de uma evidência para validar, em oposição ao modelo ficcional moderno.