Assembléias polínicas utilizadas na análise de processos erosivos atuais na planície costeira leste da ilha de Marajó, Amazônia, Brasil

Abstract

A planície costeira holocênica da margem leste da ilha de Marajó, no estado do Pará, norte do Brasil, é dominada por marés, onde ocorrem predominantemente, florestas de mangue em planícies lamosas, com baixa riqueza de espécies vegetais arbóreas halofíticas (sete espécies), enquanto as planícies arenosas praia is apresentam vegetação herbácea - arbustiva (restingas costeiras) com maior riqueza de espécies (>200 espécies). A prevalência dos bosques de mangue ocorre em processos de sedimentação, com a colonização de depósitos lamosos, na zona intermaré, enquanto a vegetação de restingas ocorre em processos de erosão costeira, colonizando substratos arenosos, a partir da zona supramaré. O objetivo deste artigo é mostrar a ocorrência de assembléias polínicas em associação com processos erosivos em costas dominadas por maré, na faixa tropical. Foram coletadas 19 amostras de sedimentos superficiais, ao longo de uma transecção de direção leste-oeste, com 4km de extensão na planície costeira leste da ilha de Marajó, sendo tratadas em laboratório, segundo as técnicas padrão utilizadas em análises palinológicas. Os resultados mostraram a ocorrência de diferentes assembléias polínicas em resposta aos processos erosivos atuais, que têm provocado a redução dos manguezais. Na planície costeira externa, as florestas de mangue têm sido substituídas pela vegetação herbáceo-arbustiva das restingas costeiras, enquanto na planície costeira interna, os manguezais estão sendo substituídos pela vegetação herbácea continental. Os resultados obtidos são importantes para aplicação em reconstruções paleoambientais e paleoecológicas futuras da área de estudo, a partir de análises polínicas em testemunhos sedimentares já coletados.