Na primeira década do século XX, Brasil e Argentina entraram numa corrida armamentista sem precedentes na América do Sul, formando-se nos dois países uma verdadeira mentalidade armamentista. Passou-se a defender o princípio da “paz armada”, ou seja, somente seria possível evitar um confronto entre os dois países, se cada um tivesse armamentos suficientes para impor respeito ao outro. Para isto, a imprensa escrita brasileira, notadamente os jornais, desempenhou um papel fundamental, tornando-se um verdadeiro grupo de pressão.
O projeto brasileiro de rearmamento naval foi objeto de análise e discussão de, praticamente, toda a imprensa brasileira, desde a Capital - Rio de Janeiro – até as cidades interioranas que possuíam um pequeno jornal.
Rio Branco, como Ministro das Relações Exteriores, ao defender que o país deveria possuir fortes mecanismos de defesa, tinha em mente duas preocupações geopolíticas: garantir a segurança do território que ele ajudou a configurar, através de sua atuação no estabelecimento dos limites, e estabelecer a liderança do Brasil na América do Sul.
Os jornais, atuando como grupo de pressão, fizeram a população acreditar que o perigo de uma guerra contra a Argentina era eminente. Para isto havia a necessidade do país possuir um parque bélico capaz de fazer frente ao “inimigo” que ameaçava conquistar a hegemonia na América do Sul.