O presente trabalho busca expor as relações entre o Estado e a Economia Solidária, através do entendimento de como esse novo jeito de se produzir, vender e se relacionar ganhou força no Brasil. Este trabalho traz a ideia de como o crescimento do desemprego no país, desde os anos 90 até a primeira década dos anos 2000, contribuiu para que uma fração dos desempregados se embrenhassem nas formas alternativas para obter rendas, lançando-se aos empregos informais. Em meio a esse cenário, a Economia Solidária ganhou fôlego assumindo em geral a forma de cooperativas e associações produtivas que reuniu parcelas significativas destes trabalhadores informais. Assim, no Brasil ocorreu uma “reinvenção da economia solidária”, que passou a ser adotada enquanto política pública durante o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), em razão da criação em 2003 da Secretaria Nacional da Economia Solidária, que faz parte do Ministério do Trabalho e Emprego em razão da mobilização e articulação do movimento da economia solidária existente no país. Sob esta outra forma de produzir e de se relacionar com o fruto de seu trabalho, os trabalhadores cooperados adquiriram outro sentido em seu trabalho, ou seja, um trabalho cooperado e solidário. Para realização deste trabalho, utilizou-se bibliografia que aborde a relação entre Estado e Economia Solidária, e para compreensão da mudança de sentido para o trabalhador cooperado, privilegiou-se a etnografia como método para coleta de dados empíricos.