Diversos são os aspectos da pesquisa em política educacional que têm merecido atenção dos estudiosos desse campo, dentre os quais os que tratam das abordagens teóricas e metodológicas utilizadas pelos pesquisadores e das quais dependem, em grande parte, a solidez e a confiabilidade das investigações desse domínio. O trabalho apresenta uma discussão sobre os enfoques e abordagens utilizados em 15 teses de doutorado realizadas sobre o Programa Universidade para Todos (Prouni) defendidas em Programas de Pós-Graduação em Educação no período de 2007 a 2012, encontradas no banco de teses da Capes a partir do descritor “Prouni. Para a análise, foi utilizada uma adaptação do Enfoque das Epistemologias da Política Educativa (EEPE), um esquema analítico-conceitual proposto por Tello e Mainardes, bem como as contribuições de diversos autores como Brochier, Brandão e Pires no que diz respeito â relação teoria e empiria na pesquisa social e ainda do próprio Tello, no que se refere â utilização de perguntas ou hipóteses nas investigações da área. A exploração da temática permite afirmar, tomando-se os textos em conjunto, que se apresentam dois tipos básicos de trabalhos, com pequenas variações e desdobramentos: os que analisam o Prouni como macropolítica e os que se dedicam aos efeitos da micropolítica, a partir de pesquisa de campo em uma ou mais Instituições de Educação Superior (IES). Os resultados indicam a presença tanto de estudos críticos sobre o Programa, os quais, partindo de hipóteses, tensionam a relação público/privado e apresentam importantes argumentos em favor de um projeto de educação superior pública e de qualidade para todos, quanto de estudos exploratórios que se ocupam da implementação do Programa e que trabalham, fundamentalmente, com a categoria inclusão. As abordagens metodológicas são predominantemente qualitativas e os referenciais incluem grande diversidade de autores notando-se, entretanto, a ausência de estudos baseados na literatura teórica relacionada ao campo da política educacional.