Esse trabalho é fruto de uma tese em andamento, cujo objetivo geral é analisar a influência da ideia de tempo sobre a teoria sociológica, realizando uma sociologia da sociologia. Parte-se do pressuposto de que o tempo é uma construção social e, portanto, sujeito a diferentes formulações. O que se busca discutir é o limite da influência dessas formulações, que os sujeitos carregam consigo, sobre a produção da teoria sociológica. A hipótese presente na tese é de que essa influência (da ideia de tempo) é tão extensa e profunda na produção sociológica, que o tempo pode ser pensado como um aspecto epistemológico da própria sociologia, ou seja, como um fator constitutivo (e, quiçá, determinante) do próprio conhecimento social. Para pensar nessa hipótese, a tese conta com 3 partes. Na primeira parte, propõe-se uma discussão acerca do que é o tempo e do que é temporalidade, pensando, sobretudo,em qual o conceito mais instrumental para o que se busca discutir. Ainda na primeira parte, a hipótese evidencia-se, bem como os contornos metodológicos da tese. Na segunda parte, são analisados três autores representativos de temporalidades específicas da sociologia, a saber, Talcott Parsons, Alfred Schutz e Anthony Giddens. Na terceira e última parte, com base no que foi discutido, e na relevância (ou não) da hipótese inicial, a tese se propõe a realizar apontamentos para uma nova interpretação sociológica. Nesse trabalho, especificamente, exploraremos o primeiro capítulo da tese, a saber, a discussão acerca da temporalidade e tempo na sociologia, bem como a hipótese geral.