Buscamos neste texto, ao formular uma critica à racionalidade ocidental, a partir do reconhecimento que aprendemos os cânones da ciência social que é ocidental, e abordagens derivadas de suas teorias, repensar as possibilidades metodológicas na perspectiva dos estudos pós-decoloniais conforme o pensamento social crítico latino-americano. Um primeiro ponto é reconhecer a insuficiência das teorias que manejamos para dar conta da diversidadeda experiência social do mundo, e da possibilidade de romper com os esquemas de interpretação dominantes, ou da concepção de uma ciência pretensamente universal, e reconhecer o desafio da pluralidade de sistemas de conhecimento, ou de epítomes que contrariam, na prática, os processos convencionais de validação do conhecimento. Tais rupturas orientam para outras metodologias e também para uma perspectiva interdisciplinar. Em outras palavras, o desafio é de descentralizar o olhar, ou de produzir uma inversão do olhar. Isso significa adotar outro (os) paradigma (s) para o entendimento seja de fenômenos emergentes, a exemplo das diásporas e dos conflitos produzidos mundo afora, das mudanças de linguagens e de comunicação, dos deslocamentos de grupos com a intensificação da globalização, dos novos movimentos sociais, étnicos, de gênero e de raça, de raízes territoriais e ao mesmo tempo podendo ser transnacionais.