O presente artigo pretende abordar como se deu a infiltração –um dos principais métodos utilizados pelos serviços de informações das ditaduras de Segurança Nacional– entre os exilados brasileiros no Uruguai. Com o golpe de Estado no Brasil, em 1964, centenas de opositores à recente ditadura instituída exilaram-se no país vizinho, pois o Uruguai possuía uma das democracias mais sólidas da região, bem como uma forte política de solidariedade internacional, tendo acolhido, inclusive, o presidente deposto, João Goulart. Entretanto, tendo como legitimação as chamadas “fronteiras ideológicas”, ou seja, na vigilância, busca e apreensão dos “inimigos” as fronteiras nacionais não existiriam, esses exilados, mesmo estando em outro país, passaram a ser monitorados. Assim, pretende-se analisar o caso do informante Alberto Conrado, que possuía cidadanias brasileira e uruguaia.