A solidão e o exílio não são temas novos em meu percurso de trabalho, e sei que também não é novidade relacioná-los entre si, como se houvesse uma conexão inevitável entre estes termos e as realidades que descrevem. A solidão surgiu primeiro, na verdade, muito antes de cogitar que no campo da história pudesse haver um debate tão profícuo e que englobasse premissas aparentemente discordantes como intersubjetividade, pluralidade, racionalidade[s] e sentimentos, como posso relatar de meu lugar de fala, de meu lugar de pesquisador. Essa noção ou sentimento percorre todos os escritos de meu interlocutor, Ernani Corrêa Reichmann, como uma corrente elétrica que distribui energia e em muitos casos permite iluminar relacionamentos. Apresentarei Reichmann um pouco mais à frente, neste momento cumpre justificar os motivos que me aproximaram do tema do exílio – e claramente, pode ser que minha argumentação demonstre uma falsa apropriação, neste caso peço ao leitor que não permita que prossiga sem ponderar as suas objeções.