A ditadura civil-militar instaurada na Argentina de 1976 a 1983 insere-se num contexto histórico repressivo dos países do Cone Sul que marca, durante as décadas de 1960 e 1980, uma onda de governos ditatoriais na região: Brasil (1964-1985), Chile (1973-1990) e Uruguai (1973-1985), por exemplo. Naquele período, instrumentos políticos, legais e sociais legitimavam as metodologias repressivas por meio de justificativas e concepções nacionalistas e orgânicas de sociedade. A despeito das particularidades dessas ditaduras, elas compartilham características comuns como a desmobilização político-social, o discurso anti-político e as atividades repressivas (SZNAJDER, 2003).