O movimento “Childfree”, iniciado a partir de pautas feministas nos Estados Unidos dos anos 70, é hoje reivindicado como classificação identitária de pessoas que mobilizam discursos polifônicos sobre sua definição: desde o direito ao acesso à métodos contraceptivos definitivos até o ódio à crianças. No Brasil da segunda década do século XXI, esses discursos podem ser observados em postagens e comentários de páginas de Facebook que reúnem militantes e apoiadores do movimento Childfree. Este artigo pretende identificar netnograficamente de que forma os discursos manifestados nesses meios digitais tencionam categorias como feminismo, maternidade e classe ao acionarem entendimentos sobre as possibilidade de planejamento familiar no Brasil.