Com a adoção do neoextrativismo no Brasil, aumentou a desigualdade fundiária e, consequentemente, a violência no campo no país. Analisamos a relação entre neoextrativismo e violência no campo por meio do levantamento de violências contra a pessoa, como assassinatos, tentativas de assassinatos e ameaças de morte e de violências contra as propriedades, como expulsões e despejos de famílias entre 1998 e 2018. Os resultados mostraram que a média de ocorrências de violência contra a pessoa aumentou em 79%, enquanto a média de aumento de violência contra a propriedade foi de 25,8%. Além da violência direta, a dinâmica territorial neoextrativista intensificou as violências indiretas, que tem a ação política como principal forma de execução. O caso brasileiro apontou a flexibilização de doze instrumentos legislativos que resultaram no aumento da especulação fundiária e na desregulação ambiental e fundiária.