Este trabalho aborda a contextualização teórico-conceitual dos procedimentos de backup frente a preservação digital. Com esta abordagem tem-se por objetivo verificar a viabilidade do backup como estratégia de preservação digital, identificado o seu nicho e sua necessidade de aplicação. A metodologia consiste na pesquisa bibliográfica realizada em fontes como: teses, diretrizes, livros e artigos. Sendo assim, a pesquisa se configura como uma revisão de literatura abordada de forma qualitativa. Primeiramente são definidos os conceitos de estratégias de preservação e procedimentos de backup, em um segundo momento é discutido a sua implementação com vistas na preservação de longo prazo, e por fim é definido a sua natureza frente a preservação digital. Dentre as definições de preservação digital, esta deverá garantir o acesso à informação autentica (FERREIRA, 2006) e integra (CONARQ, 2004),a qual será interpretada por uma plataforma tecnológica no contexto futuro (FERREIRA, 2006; CONARQ, 2004). Isto dependerá da solução tecnológica proposta e dos seus respectivos custos (MÁRDERO ARELLANO, 2004), considerando o acesso contínuo ao conteúdo do documento digital (CONARQ, 2004). A preservação digital é composta por dois tipos de procedimentos: os de ordem estrutural que dizem respeito a definições de normas, adoção de padrões e a infraestrutura; e os de ordem operacional que são as atividades aplicadas para a preservação física, lógica e intelectual dos documentos digitais (THOMAZ, 2004; MÁRDERO ARELLANO, 2004). Neste momento questiona-se se a natureza do backup: ele é um procedimento estrutural ou operacional? Segundo Franch (2008) o backup consiste na replicação idêntica dos dados que integram um documento, esta é uma técnica comum em qualquer contexto tecnológico, que se tornou necessária devido as experiências de perdas em nível mundial. Franch define o backup como uma estratégia de preservação direcionada ao nível conceitual do objeto digital, evidenciando-o como um procedimento operacional. Innarelli (2012) por sua vez comenta que a política de backup é o primeiro passo para a preservação de documentos digitais, garantindo integridade, confiabilidade e a possível restauração dos dados. Em síntese, Innarelli realça a importância do backup assim como Franch, porém vai contra este ao definir o backup como uma política de segurança da informação, e consequentemente enquadrando-o como um procedimento de ordem estrutural. Para Fontana, Flores, Nora e Santos (2014) o backup é uma estratégia de preservação não consensual, embora se realizado em local distinto dos arquivos originais assegure que a informação esteja salva, ele não proporciona garantia de acesso contínuo, pois não contemplar a atualização de formatos de arquivo e versões de software. Além disto, poderá sofrer obsolescência do próprio suporte. O Interpares (2007) recomenda que o backup seja realizado sobre o sistema abrangente, isto inclui o sistema operacional, os softwares e os materiais digitais do sistema. Considerando as questões abordadas, percebe-se que as rotinas de backup são procedimentos fundamentais para desenvolver o plano de preservação digital, esta necessidade conceitua o backup como parte das políticas de preservação digital. Em resposta a questão levantada anteriormente, conclui-se que o backup é um procedimento de ordem estrutural.