O Grupo Itapecuru teve sua origem ligada à ruptura em zonas de tensão e transcorrência associada ao desenvolvimento de rift intracontinental durante a separação dos continentes africano e sul-americano. Estes depósitos contêm uma diversidade de ambientes deposicionais, como canais fluviais, lagunas, canais de maré, estuarino-lagunares e marinhos rasos, cuja reconstituição pode ser auxiliada pelo seu conteúdo paleontológico. Amostras de peixes fósseis provenientes de depósitos albianos do Grupo Itapecuru no Município de Codó, Maranhão, possibilitaram a recuperação de 4 dentes identificados como pertencentes a arraias da família Dasyatidae. Estes apresentam coroa molariforme elíptica, típica de dentição para esmagamento, com tamanhos variando entre 1mm à 3mm de comprimento, e 1mm de largura. Dentes fósseis pertencentes a esta família já haviam sido associados a ambientes de canais e depósitos com influência de maré, incluindo ambientes restritos como o estuarino ocorrentes em depósitos cretáceos de outras regiões. No caso do registro de Codó, esta ocorrência confirmaria a descrição paleoambiental existente para o Grupo.