Dentre os fósseis do Grupo Bauru (Cretáceo Superior, Bacia Bauru, Brasil), certamente os mais conhecidos são os répteis crocodilianos, quelônios e dinossaurídeos. Contudo, outros macrofósseis podem ser descritos para esses sedimentos como vegetais, ostrácodes, conchostráceos e restos de peixes. São os moluscos, entretanto, o táxon menos estudado do Grupo Bauru, sendo os poucos trabalhos existentes versando sobre a sistemática do grupo. Aqui se tenta fazer uma revisão de Gastropoda do Cretáceo da Bacia Bauru e descrição de novos locais de coleta dentro do estado de São Paulo. Para o estado de Minas Gerais são descritos táxons das ordens Mesogastropoda (Turritella sp.) e Caenogastropoda (Hydrobia sp.), ambos encontrados nas cercanias do município de Uberaba. Já para o estado de São Paulo encontram-se táxons das ordens Basommathophora (Physa aridi Mezzalira), no município de São José de Rio Preto, e Caenogastropoda (?Hydrobia prudentinensis Mezzalira), no município de Presidente Prudente. Recentes trabalhos de campo, entretanto, aumentaram a área de abrangência dos gastrópodes para o estado de São Paulo.
Duas novas espécies de Physidae são descritas para os municípios de Marília (22°20'2''S e 49º56'41''O) e Presidente Prudente (22°07'0''S e 51°26'30''O) além de uma nova espécie de Hydrobiidae no município de Presidente Prudente (22°19'88''S e 50°09'30''O). Todos os fósseis pertencem litologicamente a Formação Adamantina. A descoberta de novos pontos de coletas e de novas espécies de gastrópodes demonstra a falta e a necessidade de estudos realizados para esse grupo que apresenta um papel de indicador paleoambiental importante para o melhor entendimento das condições de deposição do Grupo Bauru.