O nordeste do Brasil apresenta pequenas bacias sedimentares interiores aparentemente originadas a partir de reativações de falhas proterozóicas durante o Fanerozóico, cuja movimentação de blocos frequentemente formou semigrabens que foram preenchidos por sedimentação cretácea. Mas estas pequenas bacias também podem se constituir relictos tectônicos que preservaram partes de uma bacia mais extensa. O estudo dos seus fitofósseis poderia auxiliar a desvendar as suas verdadeiras origens, caso fosse possível evidenciar certa homogeneidade da cobertura vegetal ou não. Nos arredores da maior destas bacias, a do Araripe, há outras que possuem uma flora eocretácea conhecida: Padre Marcos, Mirandiba, Lima Campos e Sousa. Na Bacia do Araripe, quase todos vegetais eocretáceos taxonomicamente identificados provêm dos calcários laminados do Membro Crato da Formação Santana. Neste membro, há Lycopsida (Isoetites sp.), Sphenopsida (Schizoneura e Equisetites) e Polypodiopsida (Ruffordia e Anemia). Gimnospermas estão presentes com Caytoniales e Gnetales (Cratonia, Welwitschiophyllum, Welwitschiostrobus, Priscowelwitschia e Ephedra), ainda que Coniferales sejam predominantes em diversidade e número, com representantes das Cheirolepidiaceae (Frenelopsis e Tomaxellia), Araucariaceae (Araucaria, Araucarites, Araucariostrobus e Brachyphyllum, este também ocorrendo no Membro Romualdo), Podozamitaceae (Lindleycladus e Podozamites, também do Membro Romualdo) e Taxodiaceae. Angiospermas estão representadas pelas Nymphaeacea (Choffatia), Magnoliaceae (Araripia e Endressinia), Monocotiledoneas (Klitzchophyllites), Protananaceae (Protananas) e possivelmente Podostemataceae e eudicotiledôneas, além de formas incertae sedis (Novaolindia). Em folhelhos da Bacia de Mirandiba há gimnospermas Bennettitales (Sewardia? e Pterophyllum), Ginkgoales (Baiera sp.), Caytoniales (Sagenopteris) e Coniferales (Podozamites sp.), mostrando certa similaridade paleoflorística com a Bacia do Araripe, como os restos de Gnetales ou Coniferales (Pseudofrenelopsis sp.) dos arenitos da Bacia de Lima Campos. Da Bacia de Sousa há notícias de Coniferales, e da Bacia de Padre Marcos, de restos vegetais em folhelhos. Estes dados sugerem promissores resultados para um estudo paleoflorístico de todas estas bacias.