No início do século XX, o sonho de “fazer a América” significou para muitos a possibilidade de uma fuga ás péssimas condições económicas vividas nos seus países de origem. Na verdade, desde a segunda metade do Oitocentos, sucessivas levas de emigrantes aportam às principais cidades latino-americanas em busca da “árvore das patacas”, expressão usada entre os portugueses, uma terra onde o dinheiro cresce do chão e torna todos ricos. Chegada ao destino, o emigrante depara-se com uma realidade bem diversa da imaginada e propalada pela propaganda dos agentes de emigração; a capacidade de adaptação e sobrevivência ditam as regras do “sucesso” ou do fracasso no Novo Mundo. Na maioria dos casos, longe de serem o lugar da fortuna, os “paraísos tropicais” tornam-se locais de trabalho, onde o emigrante comum vai-se “deixar ficar” na falta de melhores condições nos seus países de origem.