Na década de 80 o Prof. João Paulo Subirá Medina conclamava o campo acadêmico da Educação Física “a entrar em crise” (MEDINA, 1990) para desvendar a “verdadeira identidade” da área. Essa inflexão teve como principais bandeiras uma ácida crítica ao paradigma hegemônico ancorado no conceito de “aptidão física” e no modelo do esporte de rendimento. No bojo da “corrente progressista” da Educação Física (BRACHT, 1992) é produzida a “resposta culturalista”, isto é, o objeto da Educação Física passa a ser diferenciado das ciências naturais, pautadas pelo paradigma positivista e pelo método empírico-analítico, para o plano da cultura. A mudança operada representa um significativo deslocamento do olhar para o objeto, no sentido de concebê-lo enquanto construção sócio-histórica, e, portanto, prenhe de sentidos e significados que participam da trama do sistema simbólico que identifica toda ordem social.