Este texto pretende realizar uma reflexão preliminar sobre a situação das políticas sociais de esporte e lazer na Política Nacional de Esporte no contexto em que são realizados uma série de Megaeventos Esportivos no país.
Levanta-se a hipótese que a entrada dos Megaeventos como pauta recorrente na agenda pública brasileira, deve-se a uma estratégia de acumulação do capital em detrimento da democratização do acesso ao esporte e lazer como direitos sociais. As ponderações a seguir tiveram como procedimento metodológico uma Revisão Bibliográfica de farta literatura encontrada na disciplina, que contou com leitura, breves sistematizações e discussões coletivas de textos (livros, capítulos e artigos científicos), bem como, que permitiram realizar articulações com o objeto escolhido pelo pesquisador. O paradigma para a análise que permeia todo o projeto é o materialismo histórico dialético. Seguindo a tradição marxiana, a pesquisa estará permeada pelas categorias da dialética na análise do objeto: a totalidade, a contradição, a mediação (NETTO, 2011).
O texto está estruturado da seguinte maneira: introdução; problematização acerca da realização de Megaeventos Esportivos como fenômeno recente da política brasileira; delineamento da era Lula-Dilma a partir do projeto Neodesenvolvimentista e do ideário Neoliberal, configurados nas políticas econômicas e sociais dos Governos Lula e Dilma, análise da Política Nacional de Esporte como expressão desses projetos; compreensão do local das políticas sociais de esporte e lazer nesse contexto e o papel dos Megaeventos como estratégia de acumulação do capital; reflexão sobre as manifestações populares do "Junho brasileiro" e as reinvindicações em torno dos Megaeventos; e por fim as conclusões preliminares.