Este trabalho de enfoque teórico discute o conceito de estilo na teoria laboviana em 2 momentos: um primeiro, criticado principalmente por linguistas como Nicolas Copland e Penélope Eckert, em que Labov vê o estilo na sua relação com o grau de atenção conferido à fala, isolando de maneira assustadoramente simplista os contextos em que isso ocorre, e um segundo na década de 90 em que Labov amplia sua descrição e seu tratamento empírico quanto ao fenômeno da variação estilística. Procurar-se-á buscar descrever e interpretar as abordagens de Labov quanto ao fenômeno da variação estilística à luz do seu projeto realista/positivista de ciência, de modo que o desenvolvimento da abordagem desse fenômeno se imbrica numa filosofia de ciência da qual toda a sua obra não se deixa prescindir. Imbuído desse pressuposto, passarei a analisar algumas críticas a abordagem laboviana de estilo, tais como as já citadas, visando a pensar sobre o grau de pertinência delas, ao mesmo tempo que discutirei o refinamento metodológico de Labov movido pela sua filosofia de ciência e pela sua inquietude diante do dado real da língua que nunca deixa de clamar por uma interpretação do cientista.