Nos anos 1970 do século passado os estudos de Michel Foucault irão plantear uma novidade importante para o conjunto de sua teoria. Nesse novo caminho de análise o poder será a chave para a compreensão da produção de saberes e, de como os seres humanos se constituem na inter-relação entre ambos, isto é, como nos desenvolvemos influenciados por tecnologias de saber-poder. A trajetória entre as discussões sobre o poder disciplinar e a biopolítica constituíram o que se chamou de análise genealógica. Para o autor, o surgimento do Estado Moderno, com a emergência de novas relações de produção no sistema capitalista, “leva à instauração da anátomo-política e da biopolítica normativa enquanto procedimentos institucionais de modelagem do indivíduo e de gestão da coletividade; em outras palavras, de formatação do indivíduo e de administração da população” (DANNER, 2010, p.02). Com isso, Foucault nos mostra a possibilidade de analisar um fato social a partir de um fenômeno relativamente local, relativamente microscópico das expressões do poder. Desse ponto é perfeitamente possível chegar aos problemas do Estado, “contanto que não erijamos o Estado como uma realidade transcendente cuja história poderia ser feita a partir dela mesma. A história do Estado deve poder ser feita a partir da própria prática dos homens [...]” (FOUCAULT, 2008b, p.481).
(Párrafo extraído del texto a modo de resumen)