Através da ambiência as pessoas compreendem o espaço por meio de suas experiências e das relações que estabelecem com os lugares, criando vínculos que podem transformá-los em lugares de memória. Ao mesmo tempo, a memória é uma maneira de se entrar em contato com as lembranças, tradições e costumes. Ela está, portanto, intimamente relacionada com a cultura e identidade de determinado grupo social ou indivíduo e reflete na sua relação com a cidade, de uma forma geral, e também em locais específicos, passíveis de pertencimento. Por meio desses conceitos, vislumbramos entender como os indivíduos por meio de suas percepções, lembranças e experiências, conseguem se reapropriar dos espaços e (re)qualificá-los como lugares que evocam e trabalham a memória, transformando-os assim em Lugares de Memória. Para essa análise, ilustraremos determinados locais que vem sendo investigados em pesquisas realizadas junto ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Proarq). Trataremos do Estádio Maracanã que é reconhecido como patrimônio histórico pelo seu grande valor monumental, paisagístico e cultural, dadas as experiências dos frequentadores e os símbolos atrelados ao futebol, mesmo após do ambiente reformado (Copa do Mundo de 2014); e também analisaremos os becos localizados nas intermediações da Praça XV, no Centro, área histórica que no passado próximo estava abandonada, mas que recebeu uma importante revitalização principalmente nos happy-hours. Ambos os locais foram analisados através de revisão de literatura e observação in loco.