Apresenta-se ao debate os resultados parciais de investigações teóricas e empíricas empreendidas no âmbito do Grupo de Pesquisa “Mitopoética da Cidade: Experiência Subjetiva, Paisagem, Memória e Imaginação” (Universidade de São Paulo), que enfocam as experiências subjetivas de dois grupos de moradores da megalópole São Paulo: os moradores de rua do bairro da Luz na região central da cidade, e os moradores do Jardim Pantanal, bairro periférico constituído pela ocupação informal da várzea do rio Tietê no extremo Leste da cidade. Além de sua situação de vulnerabilidade social, estes grupos têm em comum o fato de serem, ambos, visados por Programas Sociais que preconizam uma alteração drástica em seus locais e modos de viver; nesta perspectiva, serão apresentadas reflexões sobre aspectos éticos a serem considerados pelas políticas públicas de habitação, nas situações cada vez mais freqüentes em que, por razões ambientais ou de interesse social, é necessário promover remoções.