En portugués
A preservação dos sítios urbanos é uma questão a ser colocada nos debates acadêmicos e políticos, uma vez que carrega em seu cerne uma dicotomia que necessita, constantemente, de respostas pragmáticas: como conciliar preservação com a dinâmica das cidades? Não seriam conceitos antagônicos, impossíveis de conciliação? É possível detectar reflexos deste conflito no comportamento das populações das cidades protegidas, pela existência de um sentimento ambíguo com relação ao patrimônio. Neste contexto, este trabalho propõe refletir em que medida a proteção do patrimônio urbano é visto e vivenciado como promotor de qualidade de vida e quais as relações estabelecidas entre direito à cidade e proteção do patrimônio cultural urbano, principalmente sob o olhar das populações envolvidas. Pois, apesar das novas abordagens teórico-conceituais sobre a preservação cultural indicarem novos caminhos para a gestão do patrimônio cultural urbano, a forma que as populações vivenciam, expressam e significam estes bens não foi, até a atualidade, objeto de estudos que evidenciem como esta relação se estabelece e como efetivamente percebem os condicionantes impostos pela proteção patrimonial.
En inglés
The preservation of urban sites is a matter to be placed in academic and political debates, since it carries at its core a dichotomy that constantly needs pragmatic answers: how to conciliate preservation with the dynamics of cities? Wouldn’t they be antagonistic concepts, impossible to conciliate? It is possible to detect reflexes of this conflict on the behavior of populations of the protected cities, in the existence of an ambiguous feeling about the heritage.
In this context, this paper propose a reflection about in what measure the protection of urban heritage is seen and experienced as a promoter of life quality and what are the relations established between the right to the city and protection of urban cultural heritage, mainly according to the people’s involved point of view. Because, despite new theoretical and conceptual approaches to cultural preservation indicate new avenues for the management of urban cultural heritage, the way that people experience, express and signify these goods was not, until today, the subject of studies that demonstrate how this relationship is established and how they effectively realize the constraints imposed by the heritage protection.