As agendas para as políticas de direitos dirigidas à juventude ganharam contornos de preocupação nos cenários nacional e internacionais mobilizados por programas de organismos supranacionais, em especial, veiculados pela Organização das Nações Unidas a seus países membros, através do Programa Mundial de Ação para a Juventude, no ano de 1985. No Brasil, a expectativa de superação dos impactos sociais e econômicos das políticas de corte neoliberal dos anos noventa, reposiciona, tardiamente, o governo central na formulação de políticas públicas para a juventude tendo como marco o Plano Nacional da Juventude (2004) e, também, um conjunto de medidas legislacionais que veio a ancorar as ações de caráter institucional para os jovens.
É nosso objetivo apresentar resultados preliminares de uma pesquisa em andamento, no âmbito do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação – Processos Formativos e Desigualdades Sociais, sobre trajetórias de escolarização de jovens que estudam ou suspenderam seus percursos escolares, com idade entre15 e 18 anos, moradores do Complexo do Salgueiro, localizado no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Como questão principal da pesquisa, interrogamos sobre quais processos sócio-espaciais impactam a trajetória de escolarização de jovens que vivem em periferias urbanas com limites ao acesso de direitos de cidadania e conformam mecanismos de exclusão social.