A função das Embaixadas e Consulados, como representantes oficiais de Estados Soberanos assume um carácter bem mais amplo e incisivo quando se trata das representações dos governos fascistas ou ditatoriais. O papel de defesa do regime que representam ganha contornos mais agressivos e a propaganda ganha foros de verdade incontornável. É preciso criar seguidores fiéis entre as comunidades emigradas e fortes simpatizantes nas sociedades de acolhimento.
Desta forma, a atuação de cônsules e embaixadores não se limita ao contexto da diplomacia formal, pois, para além da “promoção” do regime através do uso de todos os veículos de comunicação disponíveis, articula uma complexa rede de repressão na qual não faltam espiões e censores. O principal alvo desta propaganda não é o público dos países onde estão situadas as representações diplomáticas, mas o emigrante comum, promovido a condição de representante do regime no exterior. É para ele que se voltam as atenções aquando das comemorações cívicas ou da realização de manifestações favoráveis aos regimes de origem. A sua incorporação nas atividades sociais da Embaixada, transforma-o numa espécie de "cidadão ausente" da Pátria. Ele passa a ser apresentado como um real "representante" do regime no estrangeiro, o que contribui para o reforço da sua própria identidade de origem e assegura-lhe, desta forma, a manutenção de valores próprios face à sociedade envolvente.
(Párrafo extraído a modo de resumen)