Em 1976 a Argentina viu o início de um tempo de pesadelo em sua história. A entrada dos militares no poder1 significou a ampliação da violência que já vinha sendo utilizada pelo Estado no governo de Isabel de Perón e, para muitos argentinos, consolidou o exílio como única forma de livrar-se das garras da repressão.
No exterior, a grande massa de desterrados do país do Cone Sul canalizou a dor da perda da pátria natal para a denúncia das violações de direitos humanos que vinham sendo sistematicamente cometidas pelos militares de seu país, tornando-se assim uma grande pedra no caminho dos mandatários argentinos.
Para os militares era preciso combater as denúncias perpetradas pelos exilados, impedindo que a imagem das Forças Armadas fosse maculada perante a sociedade argentina, além de lutar para que não houvesse condenações internacionais ao regime e suas metodologias. Dessa forma, desde o início, os desterrados tornaram-se alvo de denúncias fomentadas pelas Juntas: tratavam-se de “guerrilheiros fugidos” que, derrotados internamente, buscaram refúgio no exterior de onde iniciaram uma “campanha antiargentina”.