Este artigo tem como objetivo ampliar as reflexões sobre o trabalho educativo desenvolvido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo com um grupo de crianças da comunidade Jardim São Remo (vizinha à Universidade, com 12 mil habitantes). O projeto é realizado em parceria com a ONG Espaço Girassol, que oferece atividades socioeducativas no contraturno escolar para o público na faixa etária entre 7 e 12 anos. Por meio do oferecimento de ações semanais com um mesmo grupo desde 2014, busca-se ampliar o caráter social do Museu e contribuir com a quebra das barreiras reais e simbólicas que segregam a comunidade do uso dos espaços da Universidade. Estão sendo realizadas atividades e oficinas a partir das temáticas da arqueologia e da etnologia, que ampliam as noções de diversidade cultural no passado e no presente. A aproximação com a área da antropologia tem permitido evidenciar o olhar das crianças para o local que moram, suas relações com diferentes patrimônios, seus desejos para a Universidade e para a cidade em geral. Como resultados preliminares, percebe-se a ampliação do repertório dos participantes, apropriação afetiva do espaço dos museus e sua linguagem museológica e uma maior percepção das atividades de extensão oferecidas pela própria USP.