O presente trabalho discute sobre a situação da mulher camponesa assentada e a invisibilidade do trabalho feminino realizado na esfera do espaço doméstico, que envolve o cuidado da casa, dos filhos e demais familiares e também na "ajuda" prestada ao marido nas lidas do trabalho no campo. A falta de acesso aos espaços de decisão e o domínio patriarcal, principalmente sobre as mulheres, são apontados como motivos que incentivam a saída das jovens do meio rural e consequente migração para as áreas urbanas em busca de escolaridade e emprego (CASTRO, 2008). Nossa experiência investigativa tem buscado criar um ambiente propício para o debate e a formação das mulheres camponesas, tendo o artesanato como ferramenta para tratar as questões de gênero. Esta é a proposta do projeto “Trabalho Artesanal com Mulheres Assentadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)”, que desde 2013 busca promover ações que contribuam para um processo de emancipação e empoderamento das mulheres, a partir de aprendizagens sobre questões de gênero e o papel que a mulher queira ocupar no mundo. Dessa forma, cria-se um espaço coletivo que fortalece as mulheres no sentido de problematizar o contexto que elas vivem, buscando de forma coletiva a autonomia de gênero. Além disso, as oficinas de artesanato que o projeto implementa possibilitam novas aprendizagens que podem ampliar a renda familiar.